quarta-feira, 5 de março de 2014

A Luz é mais antiga que o Amor


Esta é a primeira entrada neste blogue que é dedicado a todos aqueles que são amantes da fotografia, da imagem da luz...essa misteriosa...que embora a  experimentemos todos os dias das nossas vidas,
e apesar do avanço fantástico da nossa ciência, ainda não a conseguimos entender plenamente e a verdadeira natureza da sua realidade escapa-nos, sendo a teoria dualista, partícula/onda o melhor que conseguimos produzir.


Este texto de Ricardo Menendez Salmón retirado do seu livro "A luz é mais antiga que o Amor", da Assírio & Alvim, parece-me, pois, completamente apropriado a este propósito.


A LUZ É MAIS ANTIGA QUE O AMOR

”O factor tempo é por isso decisivo, para compreender os mecanismos da luz.

Porque se o amor é propriedade exclusiva da nossa espécie – cães, gorilas ou cavalos não amam –, tem cabimento pensar num tempo, anterior ao amor, em que a luz já existia, e tem cabimento pensar outrossim (desconheço que pensamento é mais desanimador, se aquele ou este) num tempo, posterior ao amor, ou seja, posterior aos seres humanos, em que a luz continuará a existir.

Os cientistas, que ocuparam durante o século XX o lugar dos filósofos e dos artistas, pois não só interpretaram o mundo, como também o explicaram poeticamente, dispõem de um grande número de imagens para nos fazer sentir a nossa pequenez.

Uma é esta: a luz existe independentemente de existir um sujeito que a contemple.”



  Carlos Cunha

6 comentários:

  1. Quando o amor "envelhece" será como a luz? Também perderá "velocidade"?

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  2. Toda esta "meditação" sobre a luz, informa-nos da estatura diminuta da obra humana, sendo o homem um intruso no tempo da Natureza.
    A imagem de um universo vazio, mas regido por uma matemática precisa, tem qualquer coisa de assustador, mesmo para uma consciência ateia.

    Por isso prefiro acreditar num propósito. Que a luz tem um propósito. O Amor depois de ter sido tornado possível pela Luz já não pode simplesmente desvanecer, pois a Luz reflecte Amor e o Amor reflecte Luz, um dos propósitos da existência.

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  3. Carlos já pensaste que poderá ser o Amor que Criou A LUZ BJS São

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  4. E COMO CONCLUIS QUE O AMOR É EXCLUSIVO DA NOSSA ESPÉCIE !

    NÃO SERÀ ANTES MAIS PLAUSÍVEL QUEO ÓDIO È QUE INERENTE Á NOSSA ESPÉCIE ?

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    1. Como no inicio da criação nem sequer havia luz, foi necessário um largo período de tempo para o universo arrefecer o suficiente a permitir a formação dos primeiros fotões que tornaram visível, (se houvessem olhos para a verem) a matéria já existente, podemos supor que a luz foi um passo fundamental na evolução do universo.

      O passo seguinte aconteceu depois com o surgimento da vida, que Inevitavelmente com o tempo, conduziu à consciência, depois ao conhecimento e por fim ao amor.

      Também podemos imaginar tempos anteriores, em que o homem nem sequer existia, mas que orbitando outra estrela, noutro planeta, outra espécie foi capaz de amar.

      Podemos igualmente imaginar que mesmo neste momento o amor seja a regra que se aplica por esse universo fora.

      Então seguramente não será por morrer uma andorinha (extinção da humanidade) que se acaba a primavera...

      Parece-me óbvio que para amar é necessário compreender, admirar e identificar.
      Razão pela qual considero que as outras espécies (terrestres) não terem a capacidade para amar, como por exemplo peixes, insectos, aves, repteis e mamíferos, que embora com algum grau de consciência, actuam por instintos que lhes asseguram (minimamente) a sobrevivência e evolução.

      Abro contudo algumas excepções: primatas (Orangotangos, Chimpazés e Gorilas) nossos parentes.

      Penso que o ódio (também exclusivo da nossa espécie) e (com as mesmas excepções) tenha a mesma origem que o amor, mas como emoção subjugada e esmagada pelo MEDO, é regressiva e irracional, que auto alimentada (curiosamente como o amor) provoca, tendenciosamente, uma regressão a um tempo obscuro, anterior à ao entendimento e à clarificação, numa fase ainda e apenas pré humana; animalesca.

      Talvez que o amor, uma vez surgido neste universo, seja como a luz, imparável, imortal, infinito.

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