terça-feira, 17 de junho de 2014

A Alma de Lisboa

Desde há muito referida como"terra de muitas e variadas gentes" Lisboa foi desde sempre constituída por um mosaico de culturas e tradições, tendo sido muito provavelmente a primeira cidade cosmopolita da Europa.

Reuni para vosso deleite algumas fotos de Lisboa de outras eras...
onde um olhar mais atento e conhecedor poderá, talvez, identificar lugares ainda hoje existentes






Comemoração do 3º centenário da morte do poeta Luís de Camões 
Terreiro do Paço 
[Praça do Comércio]

 1881
 Fotógrafo não identificado




I Feira do Livro
Rossio
«Lisboa descobriu que sabe ler»
Diário de Lisboa de 29 de Maio de 1931


Fotografia aérea do Terreiro do Paço durante a feira Matos Sequeira, nas festas da Cidade
[ant. à bertura da avenida Ribeira das Naus]

Data(s): 1934
Fotógrafo: Pinheiro Correia 
in AFCML

Nota(s): Gustavo Adriano de Matos Sequeira, também conhecido como Gustavo Matos Sequeira ou Matos Sequeira (Lisboa, 1880—1962), foi jornalista, político, escritor e um dos mais notáveis olisipógrafos do século XX.

Profissões de Antigamente
Varina
Avenida 24 de Julho

Data(s): Início séc. XX
Fotografia: Paulo Guedes 
in AFCML


Lojas de Antigamente
Camisaria High Life
[Venda da flor]
Rua do Carmo

Data(s): 1917
Fotógrafo não identificado
in AFCML


Jardim de São Pedro de Alcântara/Jardim António Nobre [tabuleiro inferior]
Rua de São Pedro de Alcântara

«Convidou-a mesmo a dar uma volta em baixo no jardim. [...] Cobardemente, por inércia, enervada pela voz pomposa do conselheiro, Luísa foi descendo, contrariada, as escadinhas para o jardim.»
Eça de Queiroz, O Primo Basílio, 1878

Data(s): 1949
Fotografia: Estúdio Mário Novais
in AFCML

Nota(s): O Jardim de São Pedro de Alcântara foi construído em Oitocentos sobre os restos de muralhas levantadas durante as obras das Águas Livres. O nome deste espaço de lazer deriva do Convento de Frades Arrábidos situado nas proximidades do jardim.[...]
O tabuleiro inferior foi ajardinado à francesa, com os arbustos e canteiros de flores desenhados geometricamente, da mesma forma foi erguido um tanque de repuxo de pequenas dimensões e outro em cascata imbuído na muralha. Nas bordas dos passeios de areia, assentes em altos plintos, podemos observar bustos de deuses e heróis da mitologia greco-romana, como também figuras históricas dos nossos anos de descobridores. [...] O tabuleiro inferior acabou por ser fechado ao público, proibindo-se o acesso sob a vigilância de um guarda municipal. Tal ficou a dever-se ao facto de muitos utilizarem aquele espaço para por termo à vida, lançando-se do tabuleiro inferior e caindo na Rua das Taipas. O número destas ocorrências aumentou significativamente com o fecho do Aqueduto das Águas Livres, curiosamente devido às mesmas razões. Em 1864 foi colocada uma grade, exigida desde 1852.


Sporting Club de Cascais
O Rei Dom Carlos e senhoras no Sporting Club da Parada de Cascais
[antiga Parada da Cidadela]

Data(s): 1905
Fotógrafo: Joshua Benoliel
in AFCML

Nota(s): Inaugurado em 15 de Outubro de 1879 pelo próprio Rei Dom Carlos, o Sporting Clube da Parada depressa se tornou no grande espaço de referência na sociedade aristocrática do Portugal de então. Pelos seus pavilhões, onde os finais de tarde eram passados em torno dos modernos jogos da moda, como o foot-ball, tennis e soft-ball, circulavam as mais importantes figuras do reino. Até à Implantação da República, o Clube da Parada viu crescer o seu prestígio, ao ponto de Ramalho Ortigão referir que era preciso ser-se visto na Parada para se poder ser alguém em Portugal: «O Sporting Club [...] deu ao lugar um arzinho de civilização, que não deixa de surpreender um pouco numa praia nacional. Vários jogos de jardim foram correctamente estabelecidos e são assiduamente frequentados.». Em Outubro de 1888, foi também nos relvados defronte da Parada que se realizou o primeiro jogo de futebol em Portugal. O clube só se extinguiu em 1974.


Esplanada do Grande Casino Internacional do Monte Estoril

Data(s): 1927
Fotógrafo: Mário Novais
in Biblioteca de Arte da F.C.G..


Relógios de rua
Arco Triunfal da Rua Augusta

Data(s): [195-]
Fotógrafo: Firmino Marques da Costa
in AFCML

Nota(s): O relógio do Arco da Rua Augusta, foi construído pela "Boa Reguladora - Fábrica de Relógios Monumentais" fundada em Almada em 1930 por Manuel Francisco Cousinha.

O relógio data de 1941, altura em que ainda não tinha corda automática, pelo que necessitava de funcionários que, algumas vezes por semana, lhe dessem corda e o acertassem. Mais tarde, Manuel Francisco Cousinha, inventou um mecanismo de corda automática que tinha por base o mercúrio. Mesmo assim, por questões climáticas, como a humidade e, também, a falta de verbas para manutenção, o relógio foi-se degradando e, além de parar constantemente, atrasava-se ou adiantava-se.


Profissões de Antigamente

Vendedoras de figos transportando os cestos à cabeça, após a descarga no cais da Ribeira Nova
Cais do Sodré

Data(s): 1912
Fotografia: Joshua Benoliel
in AFCML

Faluas no Tejo
Cais da Ribeira

Data(s): [s.d.]
Fotógrafo não identificado
in AFCML

Nota(s): As faluas foram, até bastante tarde, usadas sobretudo como embarcações de transporte de passageiros e tiveram, durante largos anos, o exclusivo do percurso entre Cacilhas e Lisboa.


Usos e costumes de Antigamente
Sessão de patinagem na Garagem Auto-Palace
Rua Alexandre Herculano

Data(s): 1908
Fotógrafo: Joshua Benoliel
in AFCML

Nota(s): Em Portugal a notícia mais remota de uso de Patins é-nos relatada por Paulo Soromenho, que nos meados do ano 1873, apresentou a D. Maria Pia os primeiros patins de rodas que se conhecem. Outros relatos dessa época dão-nos conta da existência de patins no Palácio de Mafra trazidos de Paris. Dizem que o quarto de D. Maria ficava tão longe da biblioteca que a Rainha fazia o percurso de patins. Mais tarde, o Rei D. Carlos também se tornou adepto da modalidade. 
Desde as suas origens a patinagem está directamente ligada aos elegantes e aristocráticos da sociedade Portuguesa, que se juntavam em ringues públicos para deslizar ao som de música.


Festas da Cidade
Desfile de carros alegóricos
Rua do Alecrim

Data(s): 1912
Fotógrafo: Joshua Benoliel
in AFCML


Davam grandes passeios aos domingos
Grupo de senhoras passeiam escondidas do sol debaixo dos guarda-solinhos, calcorreando a Estrada das Laranjeiras - local pontuado por palacetes, hortas e casas da pasto - provavelmente na direcção do antigo sítio chamado Palhavã (actual Praça de Espanha).

Estrada das Laranjeiras
[freguesia de Nossa Senhora de Fátima]

Data(s): [19--]
Fotógrafo: Paulo Guedes
in AFCML


Lojas de Antigamente
Casa Old England
Rua Augusta esquina com a Rua de São Nicolau

Data(s): [190-]
Fotografia: Joshua Benoliel
in AFCML


Cenas de rua
Rua da Atalaia
Varinas no Bairro Alto
[Rua da Atalaia, 105, a carvoaria/taberna Portas Largas]
Data(s): 1969
Fotógrafo: Garcia Nunes


Palácio Camarido 
[Colégio Normal de Lisboa]
Praça Duque de Saldanha

Data(s): 1939
Fotografia: Eduardo Portugal
in AFCML

O Palácio Camarido ocupava o local onde mais tarde se veio a construir o Teatro Monumental, sito na Praça do Duque de Saldanha. Na época em que foi feito dava frente para a Rua das Picoas com o jardim virado à rotunda com o mesmo nome. Este palácio oitocentista era propriedade da Condessa de Camarido, descendente do 1º Conde de Camarido, conhecido como morgado das Picoas. Da condessa (1836-1905), dizia-se, ser uma senhora muito rica, dona dos terrenos da zona de São Sebastião da Pedreira e das Picoas. 
E que, pela sua relação com um padre, que tinha um enorme ascendente sobre ela, acabou por deixar quase toda a sua fortuna à congregação do Espírito Santo; neste palácio esteve até 1929 a Nunciatura Apostólica de Lisboa. Daí até 1938 esteve o Colégio Normal de Lisboa, ficando desocupado nesse ano, segundo Norberto de Araújo. A demolição do Palácio de Camarido - cerca dos anos quarenta - permitiu abrir o troço final da Av. da Praia da Vitória (lado ocidental) entre a Praça do Duque de Saldanha e a Av. Cinco de Outubro. 

fonte(s): GeneAll.net; biclaranja.blogs.sapo.pt



Cenas de rua
Largo do Chafariz de Dentro

Data(s): Inicío do séc. XX 
Fotógrafo: José Artur Leitão Bárcia 
in AFCML

Nota(s): Este Largo de Alfama na confluência entre a Rua do Terreiro do Trigo, Rua Jardim do Tabaco, Rua dos Remédios e Rua de São Pedro, denominado do Chafariz de Dentro é um arruamento com muitos séculos que o olisipógrafo Norberto de Araújo nas suas «Peregrinações em Lisboa» considera «o Rossio de tôda a Alfama, e melhor diria o seu Terreiro do Paço pois muitos séculos não há que o mar aqui chegava.» 



Escadaria José António Marques e Palácio Óbidos-Sabugal
Avenida 24 de Julho

Data(s): Início séc. XX
Fotógrafo: Paulo Guedes 

Nota(s): Classificado como Imóvel de Interesse Público, este palácio do séc. XVII permaneceu na posse da família Óbidos-Sabugal até 1919, data em que foi adquirido pela Cruz Vermelha Portuguesa, que aí instalou a sua sede nacional. Objecto de profundas intervenções de restauro e conservação desde o Terramoto de 1755, da construção seiscentista subsiste, pouco alterada, a fachada Norte, destacando-se o portal nobre, de cantaria, encimado pelas armas da família proprietária. Painéis de azulejos azuis e brancos, datados da primeira metade do séc. XX e realizados por Gabriel Constante, imitando os painéis do séc. XVIII, formam um rodapé ao longo da fachada e ocupam os vãos entre as janelas. No interior é visível uma concepção romântica patente nos silhares de azulejos, nos tectos pintados e apainelados e nos revestimentos das paredes.
Localização: Jardim Nove de Abril


Tribuna presidencial no hipódromo de Belém 
Santa Maria de Belém

Data(s): 1911
Fotógrafo: António Novais 
in AFCML

«Diante deles, o hipódromo elevava-se suavemente em colina, parecendo, depois da poeirada quente da calçada e das cruas reverberações da cal, mais fresco, mais vasto com a sua relva já um pouco crestada pelo sol de junho, e uma ou outra papoula vermelhejando aqui e além. [...] Para além, dos dois lados da tribuna real forrada de um baetão vermelho de mesa de Repartição, erguiam-se as duas tribunas públicas, com o feitio de traves mal pregadas, como palanques de arraial.»

Eça de Queiroz, ln Os Maias, 1888


Quinta da Rabicha
Aqueduto das Águas Livres e ponte da Rabicha
[Ficava debaixo do arco grande do Aqueduto e foi cortada pelo caminho-de-ferro de Sintra que ali chegou em 1885]

Data(s): [c. 1912]
Fotógrafo: Paulo Guedes
in AFCML


Candeeiros de Antigamente
Alfama

Data(s): [c. 1950]
Fotografia: Helena Corrêa de Barros
in AFCML

«Do candeeiro da esquina
Densa névoa esconde a luz
Parece uma lamparina
A iluminar uma cruz
Essa cruz de tanta vida
Que não tem luz, não tem nada
Quanta verdade escondida
Nas sombras da madrugada»
in «A cidade a horas mortas»


Profissões de Antigamente
Venda ambulante de perús
Praça Dom Pedro IV

Data(s): 1891


Igreja do Santo Condestável, inauguração
Rua Saraiva de Carvalho; Rua Francisco Metrass

Data(s): 1951
Fotógrafo: Firmino Marques da Costa 
in AFCML

Nota(s): Consagrada e inaugurada em 1951, a Igreja do Santo Condestável, localizada entre o Mercado de Campo de Ourique e a Rua Saraiva de Carvalho, foi edificada no contexto das "Novas Igrejas", um desenvolvimento peculiar do programa modernista que procurou conciliar 



as proporções ensaiadas pelo modernismo e permitidas pelos novos materiais e técnicas, recorrendo ao revivalismo dos estilos. A Igreja do Santo Condestável é um templo neogótico, projectado em 1946, pelo arq. Vasco Regaleira. No interior acolhe as relíquias de D. Nuno Álvares Pereira, o Condestável, num túmulo relicário executado, em 1953, pelo escultor Domingos Soares Branco. Merecem, ainda, referência os vitrais que iluminam os altares laterais, da autoria de Almada Negreiros, alusivos à devoção do Santo Condestável a Cristo e Sua Mãe, e as esculturas de Leopoldo de Almeida.

fonte(s): cm-lisboa.pt



Trono de Santo António
Festas de Santo António
Largo das Portas do Sol

Data(s): 1948
Fotógrafo: Firmino Marques da Costa


1 comentário:

  1. Tropecei neste blogue por acaso e não é que todas as fotos e textos são copiados «ipsis verbis» da página «Lisboa de Antigamente», sem no entanto se fazer, uma vez que fosse, referência à mesma. Assim é fácil deleitar, não é, ó Cunha? Partilha, não copies.
    ass: Detecta plagiadores

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